Estética do perrengue é o cacete !
Malacomano: João Filho é uma das pontas do tridente. Reafirmo. E como tal, investindo neste campo minado/mimado que é a produção literária, tem um cívico, não!, um cínico dever a cumprir: foder a fedentina. Se o livro de estréia, Encarniçado (Editora Baleia, 2004), não deixa a desejar no cumprimento desta missão sacrossanta que é o exorcismo literário, o segundo revólver de cão destravado no coldre deste escritor, Açougue Soul, tem que ser sacado ainda este ano. Caso isso não ocorra, todos nós correremos o risco do pipocar da literatura espoleta. Bing. Pfffffffffftttt.
Tratamos aqui, na escrita deste sertanejo – como se auto-denomina –, do perrengue sendo expurgado pelas letrinhas, da cadência pé no chão de quem vive/faz parte/sobrevive na rasteiragem. Escreve porque sabe. Nisso, escrever porque sabe, João Filho se descobre descendente direto de doizantonio. A saber, descrentes: João Antonio e Antonio Fraga. Por tal descendência, afirmo: este sujeito, ô diacho, este sujeito é debulhador de um jeitão grand guignol brazuca, (des)costurando à golpes de faca a escrita-quixotão 00. Por obra e graça de dupla função: arquiteto-açougueiro.
É sempre bom ter ciência que João Filho trabalha na base do cálculo, da precisão matemática, da experimentação milimetrada. Frieza e crueza. É para exclamar: que filho da puta é esse cara! Tudo em oblação à língua – a puta que manda, segundo grafou o malaco baiano certa vez, num e-mail que me mandou. Das estéticas, há relação ? Vai saber, vai saber ... No fundo, este meu caro amigo é um sujeito imbuído de uma piedade que os fodidos de coração precisam apreender. Na risca do facão-letrado, o golpe acerta linhas tracejadas nas convicções do vivente. Duvida ? Já experimentou sair ileso de Encarniçado ?
Do meu bunker montanhoso, levanto a bandeira de que João Filho é a prova viva de que sertanejo que se preza tem fator de cura. Hoje conheço, na plena acepção, o quanto estava certo quando tracei sua persona, amalgamando-a com a do velhaco adamantinado das revistas em quadrinhos, batizando-o Jãoverine. E o puto retribuiu, taxando-me Perfil-Pigmeu, emulando o herói anão, parrudo e bigodudo da Trop’alfa, como ele certamente grafaria. Fiadaputa.
Mas o que esperar de um cabra que, nos cafundós da Bahia, cunhou força de vontade mergulhada em solução química-orgânica de letrinhas ensebadas, bolorentas e carregadas de possibilidades, enquanto ralava o umbigo no balcão da venda do pai,
Daí que se comprova ou corrobora uma dessas idéias relativas à teoria do caos, de lances aleatórios, de probabilidades que quase não podem ser medidas. Ninguém, em sã consciência - um absurdo ... -, consegue uma explicação a contento sobre esse troço - ok, Jãoverine, esse troço é você; mas sem desmerecimento, só constatação de estupefatos. José Castello que o diga.
Que mais falta dizer sobre João Filho ? Ah, sim. Falta dizer que ele é um desses caras que têm a destreza de atirar pelas costas, aleijando – merecidamente – a literatice rançosa. E, para dar sequência ao serviço, desembainha o facão-escrita para destrinchar tripas-letrinhas. E tome talhos. É isso: é nesse momento que se descobre que a barriga aberta pode muito bem ser a sua. Tratem de providenciar o óbolo: bem-vindos à terra de ninguém.
2 Comments:
como diz o próprio jão: "arreganha, a dedadas"
afoxé!
By Anônimo, at 20:50
que bom que você não aprende, brother. que bom! abração!
By marcelo sahea, at 17:57
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